quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Correlações Geológicas

Em ciências geológicas, o conceito correlação usa se preferencialmente em estratigrafia, e quase sempre com uma conotação temporal. Define se correlação como a demonstração da equivalência de dois ou mais fenómenos geológicos em diferentes áreas. Correlacionar, em sentido estratigráfico, é estabelecer a correspondência de carácter e na posição estratigráfica.
A correlação estratigráfica é uma das técnicas de maior interesse em estratigrafia e consiste em comparar dois ou mais estratos, de um intervalo de tempo semelhante, estabelecendo equivalência entre níveis ou superfícies de estratificação reconhecíveis em cada uma delas.

Tipos de Correlação
Uma vez que a correlação é a comparação entre duas ou mais secções estratigráficas, pode se ter vários tipos de correlação em função do aspecto ou propriedade que se compara e dos recursos que se tentam destacar.

Litocorrelação: A correlação litológica ou litoestratigráfica pretende demonstrar a correspondência do carácter litológico e da posição litoestragráfica. Para fazer este tipo de correlação compara-se as unidades litoestratigráficas presentes em cada uma das secções estratigráficas e os níveis específicos de litologias dentro das mesmas.

Biocorrelação: Tenta estabelecer a correspondência entre dois níveis com fósseis, com base na presença de determinados fósseis e a sua posição bioestratigráfica. Na biocorrelação tem um enorme interesse o reconhecimento dos biohorizontes de primeira aparição e nos de última presença de fósseis caracteristicos em diferentes secções estratigráficas, e ao considerar-se como simultâneos a nível mundial trataria-se realmente de uma biocronocorrelação.

Cronocorrelação: Tem como finalidade o estabelecimento da correspondência de superfícies isócronas e o reconhecimento da sua posição cronoestratigráfica. Consiste na comparação temporal de duas ou mais secções estratigráficas, para o qual se selecciona os recursos estratigráficos que indiquem simultaneidade (por exemplo, inversões magnéticas, biohorizontes, anomalias geoquimícas, etc.) e facilitem o estabelecimento da correspondência de todas as unidades estratigráficas representadas.

Métodos de Correlação

Todo o critério que facilite a demonstração da equivalência de duas unidades estratigráficas ou superfícies de estratificação em diferentes secções estratigráficas pode se considerar como um método de correlação. Dará especial atenção aos métodos que permitem reconhecer superfícies isócronas em diferentes escalas de correlação (local, regional, global)
e que, portanto, são critérios de cronocorrelação. Na práctica, muitos deles são baseados em critérios litológicos e/ou biológicos.
Aqueles que são baseados em aspectos litológicos são critérios de litocorrelação, os fósseis serão em biocorrelação. Existem alguns métodos instrumentais cuja finalidade é exclusivamente de cronocorrelação (os magnetoestratigráficos e os radiométricos).

Métodos Físicos
Neste tema incluem-se todos os métodos baseados na observação e / ou a extensão das suas propriedades físicas (incluindo a própria litologia) das rochas representadas em diferentes seções estratigráficas que deseja comparar. Incluem se, assim, alguns métodos que realmente consistem no reconhecimento de niveis com diferente composição quimica (p.ex: quimioestratigráficos) mas essas medidas são, geralmente, feitas por métodos físicos de microanálise.
Métodos de autocorrelação: baseados na continuidade das superficies de estratificação e aplicáveis tanto no campo como em perfis sismicos.
Métodos litológicos: ou de litocorrelação propriamente dita, incluí por sua vez vários subtipos que se aplicam directamente no campo ou mediante estudos laboratoriais das componentes das rochas.
Métodos baseados em propriedades físicas: que compreendem por sua vez dois subtipos: os magnetoestratigráficos e os aplicados apartir das diagrafias.
Métodos radiométricos: Consistem na comparação das datações radiométricas de materiais de diferentes secções estratigráficas.
Métodos litoestratigráficos: Baseiam se no reconhecimento das áreas especificas de estratificação, reflectindo um fenómeno comum.
Métodos Baseados em fósseis
Métodos biocronoestratigráficos



Bibliografia:
Vera Torres, Juan Antonio (1994), Estratigrafia, Principios y Métodos. Madrid: Editorial Rueda.

sábado, 15 de novembro de 2008

Unidades Genéticas

Chamam se unidades genéticas aos volumes de material que preenchem as bacias sedimentares por superfícies que indicam ou reflectem acontecimentos representados no conjunto da bacia. A característica estratigráfica mais facilmente reconhecível, tanto em observação de campo como em informação do subsolo (sísmica) são as descontinuidades estratigráficas reconhecíveis, essencialmente na borda das bacias sedimentares que para o interior da mesma passam a superfícies de continuidade correlativas.

Sequências Deposicionais
Define se como sequência deposicional uma parte de uma sucessão estratigráfica relativamente concordante, de estratos genéticamente relacionados, cujo tecto e muro são descontinuidades e continuidades correlativas. Trata-se de uma unidade estratigráfica híbrida já de uma parte que é uma unidade observável, limitada por descontinuidades (corresponde a um volume de material) e de outra parte que é semelhante a uma unidade cronoestratigráfica dado que se ajusta dentro de um intervalo de tempo definido. Este intervalo de tempo que compreende uma sequência deposicional chama se "secron".

Outras unidades aloestratigráficas

Sequência Estratigráfica Genética:
Definida por Galloway(1989) para definir conjuntos de materiais estratificados delimitados por duas superfícies de máxima inundação sucessivas.
Unidades Cicloestratigráficas: Definidas como conjuntos de materiais do registo estratigráfico de uma região que representam uma etapa ou um período histórico na evolução de uma bacia, que descontinuidades são delimitadas por sendas estratigráficas ou por inflexões na polaridade evolutiva, e que pode ter a sua origem em factores orogénicos, epirogénicos, eustáticos, sedimentar, climático, ecológico, etc. Os autores que a definem estabelecem cinco estados nas unidades cicloestratigráficas, vão desde a ciclosequênica até à mesosequência.

Cortejos Sedimentares

Brown e Fisher (1977) usaram pela primeira vez o conceito de cortejo sedimentar, e explicaram a sua relação com o sistema deposicional, considerando ambos os conceitos como possíveis subdivisões das sequências deposicionais. Os sistemas deposicionais são divisões dos materiais estratificados em função das características sedimentares. A imagem expressa graficamente o conceito de sistema deposicional, e as suas divisões: elementos deposicionais, associações de fácies e fácies (no seu verdadeiro significado). Em todos os casos trata-se de volumes de materiais depositados sob condições sedimentares definidas, no caso do sistema deposicional os correspondentes a um ambiente de sedimentação médio (por exemplo: médio deltaico), no caso do elemento deposicional de uma parte do médio (por exemplo: planície deltaica) e da associação de fácies de um determinado sector (por exemplo: num canal).


Figura - Gráfico que mostra a relação do conceito de fácies com os termos sistema deposicional e elemento deposicional

O termo cortejo sedimentar introduz-se para denominar o conjunto de sistemas deposicionais contemporâneos e formados sob as mesmas condições do nível do mar. Por exemplo, um cortejo sedimentar constitui os sistemas fluvial, costeiro, de plataforma e de talude que passam lateralmente entre si, que estão dentro de uma sequência deposicional e que se depositaram num intervalo de tempo de uma polaridade do nível do mar (subida, descida ou estagnação). Os modelos de cortejos sedimentares estabelecem-se em função dos seus limites, da sua posição dentro da sequência deposicional, da sua geometria e do seu carácter transgressivo ou regressivo, progradante ou retrogradante.


Bibliografia:
Vera Torres, Juan Antonio (1994), Estratigrafia, Principios y Métodos. Madrid: Editorial Rueda.

Ciclos Eustáticos

As mudanças globais do nível do mar implicam uma alternância de episódios de subida generalizada do mesmo, seguidos de outros de descida. Chama se ciclo eustático ao intervalo de tempo onde ocorreu uma subida e uma descida do nível do mar. O reconhecimento destes ciclos implica o poder de diferenciar os ciclos devido a factores locais e regionais (especialmente de origem tectónica) dos globais.

Curvas de mudança do nível do mar

A primeira curva de ciclos eustáticos, o ciclo global foi proposto por Vail et al. (1977b). Para ele,a curva parte do estudo de perfis sísmicos de margens continentais vindos de diversas partes do mundo. A figura, mostra um mapa onde estão marcadas as posições das distintas áreas onde se processam os dados que servem para elaborar a curva. Na parte inferior, mostra se três curvas, para o mesmo intervalo de tempo, correspondente a regiões muito distantes; nas três curvas detectam se a simultaniedade dos limites de ciclos e a diversidade da envergadura das mudanças relativas expressadas pelas curvas de cada local.
Mudanças relativas do nivel do mar em margens continentais muito distantes entre si, como resposta a ciclos globais.

Os autores preparam a curva de ciclos globais que dividem igualmente os valores de modificações do nível do mar em localidades diferentes. Esses autores preparam uma curva de modificações relativas do nível do mar, no qual eles diferenciam os ciclos da primeira e segunda ordem do conjunto do Fanerozoico e de extensão global.

Bibliografia:
Vera Torres, Juan Antonio (1994), Estratigrafia, Principios y Métodos. Madrid: Editorial Rueda.